Estudos e detalhes de imagens bioinspiradas criadas pelo cientista, inventor e artista italiano.
“As ervas e as plantas terão as cores tão mais pálidas quanto mais magro e sem umidade for o terreno que as nutre. O terreno é mais magro e mais seco sobre as rochas das quais se compõem os montes. E as árvores serão tão menores e tão mais frágeis quanto mais próximas dos cumes estiverem, e o terreno tão mais magro, quanto mais se aproxima dos ditos cumes das montanhas, e o terreno fértil é tão mais abundante quanto mais próximo estiver da concavidade dos vales. Então, tu pintor, mostrarás no cume dos montes as rochas que os compõem em grande parte desprovidas de terra e as ervas que aí nascem, miúdas e magras e em grande parte pálidas e secas pela falta de umidade; e que se veja o terreno arenoso e magro transparecer entre as pálidas ervas e as pequenas plantas miseráveis e envelhecidas, de tamanho mínimo, com galhos curtos e espessos e poucas folhas, as raízes como que enferrujadas e áridas, entrelaçadas com as faldas e as fendas das rochas enferrujadas, germinadas nos troncos mutilados pelos homens e pelos ventos; e em muitas partes, veja-se as rochas emergirem dos declives das altas montanhas revestidas de uma fina e pálida ferrugem; e em alguma parte mostrar as suas verdadeiras cores reveladas pelo impacto dos relâmpagos celestes, o curso dos quais, não sem vingança desses rochedos, freqüentemente é por eles impedido. E quanto mais se desce aos pés dos montes, mais a vegetação será vigorosa e cheia de galhos e folhas e seus verdes serão de tantas variedades quantas são as espécies de plantas de que tais selvas se compõem; e as copas diferem pela estrutura e densidade dos galhos e das folhas e pelos contornos e alturas; algumas com a coroa estreita, como o cipreste, e outras com ramificações espessas, dispersas e dilatadas, como o carvalho e o castanheiro etc.; algumas com folhas miúdas, outras ralas, como o zimbro e o plátano etc.; alguns grupos de plantas nascidas na mesma época separados por espaços de grandezas diversas, outros unidos sem o intervalo de prados ou outros espaços vazios. […]”
Leonardo da Vinci. Tratado de Pintura, “O verdadeiro mestre é universal”. (col. A pintura. Vol. 10 os gêneros pictóricos. Coord. Lichtenstein, Jaqueline) São Paulo: Ed 34, 2006.
1500. Tinta e caneta em papel, 153 x 193 cm. Royal Library, Windsor
1487-89. Tinta e caneta em papel, 235 x 176 mm. Institut de France, Paris
Metalpoint, caneta e tinta em papel. 83 x 201 mm. Gallerie dell’Accademia, Veneza
1473-75. Caneta e tinta em papel. 314 x 177 mm.
1500. Caneta e tinta em papel.
1510. Lápis em papel.
1474-78. Óleo em madeira. 388 x 367 mm. National Gallery of Art, Washington.
1481-82. Óleo no papel. 246 x 243 cm. Galleria degli Uffizi, Florença.
1496-98. Fresco e tempera. Sala delle Asse, Castello Sforzesco, Milão.
Conteúdo relacionado ao capítulo 6, Democracias verdes.