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[Trecho do livro] Asfixia, de Franco “Bifo” Berardi

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3 minutos de leitura

Como podemos lidar com a falta de ar que a abstração produziu na história da humanidade? Como podemos nos desvencilhar do cadáver do capitalismo financeirizado?

Leia a apresentação e a introdução com exclusividade.

POESIA E SEMIOCAPITALISMO

Este livro contém dois textos que escrevi em dois momentos diferentes da minha vida: o primeiro, Insurreição – poética e finanças, escrevi em 2011, durante a revolta mundial a que se deu o nome de Occupy, na qual uma rebelião generalizada contra a austeridade abriu uma fresta para um possível processo de liberação contra a ditadura financeirista. Escrevi o segundo, Respiração – caos e poesia, em 2018, quando as forças da escuridão obscureceram o horizonte do mundo, e quando a ditadura financeirista foi reforçada pelo ressurgimento do fascismo: o Brexit, o triunfo de Trump e a ascensão do etnonacionalismo ao redor do globo. Apesar das diferenças profundas entre esses cenários políticos, os dois livros se originam de uma mesma preocupação filosófica: questionar as possibilidades infinitas da linguagem e o sentido da poesia como forma de reativação do corpo erótico da sociedade.

[…]

Em Respiração, volto à metáfora da poesia como a única rota de fuga contra o sufocar. O poder de hoje se baseia em relações abstratas entre entidades numéricas. Enquanto a esfera das finanças é regida por algoritmos que conectam fractais de trabalho precarizado, a esfera da vida é invadida por fluxos de caos que paralisam o corpo social e abafam e sufocam a respiração. Não há escapatória política dessa armadilha: só a poesia, esse excesso de transações semióticas, pode reativar a respiração. Só a poesia nos guiará através do apocalipse que já está começando como um dos efeitos de décadas de absolutismo financeiro. Só a poesia aliviará o sofrimento das consciências do engenheiro e do poeta e reverterá o domínio da esfera financeira sobre a linguagem.

Insurreição foi um ensaio sobre a genealogia do poder financeiro a partir do ponto de vista da linguagem e, em particular, do ponto de vista da “emancipação do significado com relação à realidade”. Insurreição era um diagnóstico genealógico. Respiração é um ensaio sobre terapia. Como podemos lidar com a falta de ar que a abstração produziu na história da humanidade? Como podemos nos desvencilhar do cadáver do capitalismo financeirizado?

[…]”

 

 

 

Leia a versão completa da apresentação e da introdução em pdf.

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